Vivemos hoje uma época de incontrolável correria... De automatismo.
De desumanização. De desinvidualismo. Até mesmo no seio familiar.
Caímos numa absurda engrenagem de relógios e máquinas, sem a menor capacidade de sonho e reflexão. Estamos na época em que a reflexão é medida por ponteiros e o sonho é proibido. Parar é impossível... Como se escorregássemos ladeira abaixo, sem poder parar ou retornar.
Nessa corrida louca em que somos levados de roldão, isolamo-nos de tudo e de todos... Galope dos dias... Cansaço... Solidão... Tristezas.
Tudo isto vejo retratado naquele mar de gente, naquela multidão que ia com Jesus de Jericó para Jerusalém.
Em meio à quase lacônica descrição de esse caminhar onde um cego seria o cerne da história duas palavras me chamaram sobremaneira a atenção: “JESUS PAROU”
Aquela multidão, ávida de curiosidade, apressada e incessível, estava interessada apenas em seguir Jesus para testar sua fama. Na sua pressa ela não se deixou nem de leve tocar pela agonia de um homem. Nem tinha sentido! Contudo, em meio ao barulho da turba – o manso deter-se de Jesus deve tela chocada... MAS, QUE MARAVILHOSA LIÇÃO DE AMOR”
“PAROU JESUS”
Sim! O amor exige uma parada. E é justamente isto que não está acontecendo... Nós, em nosso caminhar, não estamos parando para ninguém.
Não temos tempo. Estamos sempre com algo adiante para tratar, resolver, providenciar. Há sempre algo mais importante do que o assunto ou o problema do nosso irmão... Não tão particular ou enfadonho. Pelo menos com mais interesse e proveito a nossa vida... Por isso essa conversa a dois, talvez monótona e parada, pode ir sendo adiada... Pois podemos fazer depois de amanhã aquilo que faríamos amanhã, em vez de hoje... Já que também somos o povo do adiamento – nada de mais!
“Quantas vezes paramos para ouvir o nosso irmão”?
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