segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

NEGOCIO SOFRIDO

É véspera de Natal, anoitece. Vado sobe de carro, um Gol 1000 ano 98, a ladeira que vai dar na avenida. Um cachorrinho late numa caixa no banco de trás.
Fim de ano complicado. Difícil vender o carro, emprego prometido só para janeiro.
Lá adiante o sinal: amarelo, vermelho. Surgem dois cara; o de revólver, à direita:
“É assalto! Abre! Chega pra lá”.  Da esquerda toma o volante, o da direita senta-se atrás. Vado nem pensa: “O cara, vocês não tem folga de Natal?” “Folgado, é? Se piscar leva bala, meu”. O cãozinho late.  Vado tenta: está sem seguro, duro, carro sem seguro, documentos na revenda, o cachorrinho é presente para a namorada:
“Vocês não querem tentar outro cara?”
O de trás dá-lhe com o cano do revólver na cabeça (“Folgado!”) e tomam-lhe tudo: relógio, caneta, cartão do banco, 25 reais, óculos escuros, jeans, tênis.
“Vamos pro caixa eletrônico”, diz o que dirige. Vado estressado: “Tá estourado o cartão! Tô duro, desempregado, ferrado! Vão-se arriscar por nada!”.
O cão late. “Quer saber? Enjoei desse cara. Diminui!”
Jogam Vado para fora, cachorro, roupas, o de trás dá dois tiros na direção do vulto r arrancam. Vado recolhe suas coisas e vê que veio uma pochete que não é sua. Abre, conta: 5.000 dólares e uns quebrados.
Considerou que tinha vendido o carro para os caras e deu risada.
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DEUS POR NÓS!
Abraços.

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